domingo, 21 de agosto de 2011

SBT completa 30 anos com objetivo de retomar o segundo lugar

30 anos se passaram entre o dia 19 de agosto de 1981 e esta sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Três décadas que matematicamente pouco pesam na história de um país de mais de 500 anos. Entretanto, nesse mesmo intervalo de três décadas o Brasil passou por uma revolução no jeito e na forma de se fazer TV.
Há exatos 30 anos o SBT - ainda como TVS - entrava na casa dos brasileiros. Em sua estreia, estava iminente o desenvolvimento daquela que é hoje a emissora mais carismática de todo o Brasil. Neste mesmo dia também se consagrava de todas as formas um dos maiores sonhos de Silvio Santos, que há mais 10 anos tentava formar uma rede nacional de televisão.
O SBT nasceu com uma proposta popular. A ideia era lançar uma programação alternativa ao padrão Globo, que começava a ganhar as suas primeiras formas. Com apostas nas classes C, D e E, a emissora dedicava sua grade aos programas de auditório, comédia, filmes, seriados e infantis, sem deixar de, em uma parcela menor, agradar ao telespectador dos telejornais e novelas.

Essa programação alternativa fez com que em poucos anos o SBT chegasse aos 30% de participação. O número era considerado bastante expressivo diante da força que a dramaturgia e o jornalismo da Globo tinham na época.

Em sua primeira década, alguns artistas marcaram a história do canal ao lado de Silvio Santos, como J. Silvestre, Flávio Cavalcante, Raul Gil, que retornaria a casa mais de 20 anos depois, Moacyr Franco e a revelação Gugu Liberato. Além deles, o palhaço Bozo marcou a infância de muita gente.

"Chaves" é um dos trunfos do SBT há mais de 20 anos
Paralelo aos shows, o SBT investiu pesado na importação de conteúdos. Ao longo destes 30 anos, houve parcerias com a Warner, Disney, MGM, Paramount, Telefe e Televisa. A última delas, inclusive, é a que mais presente esteve na grade do canal com os sucessos "Chaves", "Chapolin" e as tramas "Carrossel", "Maria do Bairro", "A Usurpadora", entre muitas outras.
Os frutos dessas parcerias também garantiram outros grandes fenômenos, como os filmes "Space Jam", "Harry Potter", a minissérie "Pássaros Feridos" e realities de sucesso no exterior que foram adaptados no Brasil, como a "Casa dos Artistas".

A estreita ligação com o público infantil no decorrer desses últimos 30 anos é outro dos destaques da história do SBT. A emissora foi a que mais investiu neste segmento e conquistou diversas gerações.
Além de "Carrossel", "Chaves" e "Chapolin", a novela "Chiquititas" marcou o final da década de 90 e até hoje é lembrada pelo público que hoje já é adulto. O folhetim foi responsável por impulsionar a carreira de vários nomes, como Bruno Gagliasso, Fernanda Souza, Paulo Nigro, Carla Diaz, Carmo Dalla Vecchia, Marcos Pasquim, dentre outros.

A banda "Rouge", formada pelo reality "Popstars", também conquistou grande número de fãs e mais recentemente, em 2005, a novela mexicana "Rebelde" caiu nas graças do público brasileiro. Angélica, "Passa ou Repassa", "Bom Dia & Cia", "TV Animal", dentre outros, foram outras das atrações que marcaram a infância de muitas crianças no Brasil.
Já passando para o segmento jornalístico e esportivo, o SBT não teve tanto êxito como teve com a linha de shows e de infantis. Apesar de poucos momentos de destaque, a emissora ainda assim conseguiu inovar ou incomodar a concorrência.
O policialesco "Aqui Agora", por exemplo, marcou época e deu origem a dezenas de programas do mesmo gênero Brasil à fora. O jornalístico foi desativado anos mais tarde, porém, antes mesmo de sair do ar, já disputava com o "Cidade Alerta", criado pela Record para aproveitar o filão. Houve uma tentativa de retorno em 2008, porém, com a consolidação dos rivais, o SBT não teve êxito.

O "TJ Brasil", de Bóris Casoy, também contribuiu para o desenvolvimento do departamento de jornalismo do SBT. Foram dez anos seguindo uma linha diferente daquela proposta pela Globo, Record e Bandeirantes. Bóris comandava um jornal que seguia os moldes americanos e que lhe permitia conceder opinião sempre que achasse adequado.

Já em 2005, o jornalismo da casa voltou a receber atenção. Com a chegada de Ana Paula Padrão, o SBT estreou um novo telejornal na faixa das 19h. Em 15 de agosto de 2005, entrava no ar o “SBT Brasil”.
No final do ano seguinte, a jornalista deixou a bancada sendo substituída por outro grande nome da reportagem brasileira, Carlos Nascimento. Outra novidade na grade da emissora foi a criação do “Conexão Repórter”, programa de reportagens conduzido pelo experiente repórter investigativo Roberto Cabrini, que no passado já produziu reportagens para o “SBT Repórter”.

Outro setor deixado meio de lado por Silvio Santos foi o jornalismo esportivo. Entretanto, a emissora se destacou em algumas transmissões como a da Copa do Brasil, a da Copa Mercosul e a da Fórmula Indy, que era chamada de Fórmula Mundial. O SBT ainda transmitiu a conquista do tetracampeonato da Seleção Brasileira nos Estados Unidos em 1994.
A queda de audiência do SBT começou a ocorrer na segunda metade da década passada. A emissora, que sempre ostentou a vice-liderança com ampla folga, passou a perder terreno para os investimentos da Record.
A concorrente, que investia em novelas como “A Escrava Isaura”, “Prova de Amor” e “Caminhos do Coração”, ganhou espaço em um terreno o qual o SBT investia de forma tímida. O jornalismo da concorrente também ganhou espaço e os investimentos feitos na linha de shows contribuíram para que o canal tomasse distância sobre o SBT.
Em fevereiro de 2006, pela primeira vez, o SBT empatou na vice-liderança com a Record. Meses seguintes a emissora caiu para a terceira posição, colocação a qual ocupa até hoje.
A transferência de Gugu Liberato para a Record, ocorrida em 2009, deu um novo ânimo ao SBT. Houve diversas contratações arquitetadas por Silvio Santos a fim de revidar a contratação daquele que estava preparado para ser o seu substituto. Eliana, Roberto Justus, Paulo Franco, Tiago Santiago, Richard Rasmussen e Roberto Cabrini, profissionais que pertenciam ao mais alto escalão da Record, foram contratados com altos salários e com promessas de desestabilizar a rival.
A chegada dos novos profissionais ao SBT fez com que setores fossem totalmente reformulados. A vinda de Tiago Santiago, por exemplo, impulsionou a dramaturgia. “Uma Rosa com Amor” e “Amor e Revolução”, somadas, tiveram investimentos que ultrapassaram a barreira dos R$ 60 milhões. Nomes consagrados como Betty Faria, Jussara Freire, Etty Fraser, Reinaldo Gonzaga, Carla Marins, Luciana Vendramini, entre outros, lideraram esta nova fase do setor.
Apesar dos densos investimentos, nem todas as contratações do SBT realizadas em 2009 tiveram êxito. Em junho deste ano, por exemplo, a emissora paulista perdeu Roberto Justus para a Record. O empresário aguardava desde a época em que foi contratado a realização de um grande reality show similar aos padrões do “Aprendiz”, que comandava na concorrente. O projeto foi adiado por diversas vezes até que no primeiro semestre deste ano foi cancelado de forma oficial.
Justus negociou sua rescisão com o SBT e foi liberado sem o pagamento da multa. No mesmo dia em que seu desligamento foi formalizado, a Record anunciou a sua contratação.

Paulo Franco, diretor trazido por Roberto Justus, também se desligou mais recentemente. Havia boatos que sugeriam o retorno do diretor à Record, o que não ocorreu. Paulo assinou com a FOX do Brasil.

SBT quer retomar o segundo lugar

Com objetivo de dar um novo ânimo neste aniversário de 30 anos, a alta cúpula do SBT reconheceu a perda da vice-liderança e anunciou que está disposta a lutar para reaver a posição. Novos investimentos serão feitos à fim de recuperar a posição, a qual é ocupada pela Record há cinco anos.

Durante um almoço comemorativo que aconteceu no último dia 9, Daniela Beyruti, diretora artística e de programação da emissora, disparou: “O SBT sempre gostou do segundo lugar. Essa é uma posição nossa e queremos de volta”.

Já Fernando Pelégio, diretor de planejamento artístico e visual do SBT, foi mais além e disse que a concorrência com a Record é desleal, já que ela passa boa parte do tempo sem dar intervalos comerciais. E reforçou: "Queremos voltar, o segundo lugar é nosso!", em entrevista exclusiva ao NaTelinha.

Diretores da rede prometeram ainda focar os investimentos na classe C, a que mais cresce no país. A ideia é se aproximar do telespectador com uma linguagem popular, a qual consagrou o canal ao longo dos últimos 30 anos.
Para comemorar suas três decadas, o SBT preparou diversas atrações especiais.
Durante todo o mês de agosto, a emissora vêm exibindo episódios perdidos do "Chaves", que foram recuperados e remasterizados após muita cobrança dos fãs.
Também durante todo o mês, o SBT exibe somente filmes inéditos em suas três sessões de filmes - "Cine Espetacular", "Tela de Sucessos" e "Cine Belas-Artes". Nesta semana de aniversário, o canal programou os longas "Sim Senhor" (já exibido na terça), "Batman: O Cavaleiro das Trevas" (sexta) e "O Curioso Caso de Benjamin Button" (sábado).

Vários pogramas da emissora ganharam edições diferenciadas, como o "Programa Raul Gil", "Qual é o Seu Talento?", "A Praça é Nossa", "SBT Repórter" e "Domingo Legal".
Na manhã desta sexta (19), o SBT exibiu um especial infantil, o "Dia de Festa 30 anos SBT", comandado por todos os apresentadores da área do canal, Maísa Silva, Yudi, Priscilla e os palhaços Patati e Patatá. Houve ainda uma atração surpresa: Bozo, sucesso na década de 80.


Já à noite, o "Programa do Ratinho" também  especial, com uma entrevista exclusiva com Roberto Goméz Bolaños, o Chaves, e Florinda Meza, a Dona Florinda. Ratinho foi na casa do casal no México e realizou uma reportagem emocionante.
Logo na sequência, o SBT exibiu um remake do "Chaves", produzido e encenado pelo elenco da própria emissora.

Elenco do SBT grava especial do "Chaves"

Eles regravaram um dos episódios do seriado, “Bilhetes Trocados”. No episódio, Chaves (interpretado por Renê Loureiro, do elenco de “A Praça é Nossa”), é responsável por uma confusão de bilhetes escritos por Seu Madruga (Felipe Levoto, do elenco de “A Praça é Nossa”) e Professor Girafales (Carlos Alberto de Nóbrega).

Além de Renê Loureiro, Felipe Levoto e Carlos Alberto de Nóbrega, o especial conta com a participação de Ratinho como Seu Barriga; Marlei Cevada como Chiquinha; Zé Américo como Quico; e Christina Rocha como Dona Clotilde.


*Fotos e textos podem ter direitos autorais. 
Fonte: Portal Na Telinha
         http://www.natelinha.com.br/
               

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